sexta-feira, 28 de maio de 2021

vacinação para os profissionais da educação .

 Ministério define ordem de vacinação de profissionais da Educação

Ministério define ordem de vacinação de profissionais da Educação

A pasta também informou que a população em geral, entre 18 e 59 anos de idade, poderá começar a ser imunizada paralelamente aos demais grupos prioritários

Ministério da Saúde anunciou nesta sexta-feira, 28, a ordem de prioridade na vacinação contra a covid-19 de profissionais da Educação. Trabalhadores de creches e pré-escolas terão prioridade, seguidos pelos profissionais do ensino fundamental, do ensino médio, do ensino profissionalizante e EJA (Educação de Jovens e Adultos) e, por fim, do ensino superior.

"A motivação da priorização dos profissionais da educação se deve aos impactos sociais ocasionados pela Covid-19 com a necessidade de volta às aulas presenciais", disse o ministério em nota.

A pasta também informou que a população em geral, entre 18 e 59 anos de idade, poderá começar a ser imunizada paralelamente aos demais grupos prioritários. A vacinação seguirá o critério de idade, por ordem descrescente de faixa etária. A logística continuará sendo definida pelos governos locais.

Segundo o governo federal, isso ocorre porque Estados e municípios relataram demanda diminuída dos grupos elencados no Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19 (PNO).

Algumas cidades, como Salvador, já estavam vacinando sua população somente pelo critério da idade. Na cidade, pessoas com 56 anos ou mais podem ser vacinar mesmo sem fazer parte de nenhum grupo prioritário.

As recomendações foram pactuadas na Comissão Intergestores Tripartite (CIT), realizada na quinta-feira, 27, com representantes do Ministério da Saúde, estados e municípios. As orientações também estão em uma nota técnica do Programa Nacional de Imunizações (PNI).

 Noticias:https://www.noticiasaominuto.com.br/ultima-hora/1808505/ministerio-define-ordem-de-vacinacao-de-profissionais-da-educacao

sexta-feira, 21 de maio de 2021

Brasil já registra cepa indiana , são Paulo tenta bloqueio.

 País registra cepa indiana; SP planeja 'bloqueio'

País registra cepa indiana; SP planeja 'bloqueio'

O diagnóstico inicial no Nordeste foi de um indiano de 54 anos que deu entrada em um hospital da rede privada em São Luís há uma semana. Ele era um tripulante do navio MV Shandong, da ZHI

governo do Maranhão confirmou na quinta-feira, 20, os primeiros casos de covid-19 no País relacionados à variante do coronavírus B.1617, originária na Índia. Na sequência, a Prefeitura de São Paulo anunciou que quer acompanhar o trânsito de pessoas nos aeroportos, rodoviárias e rodovias da cidade, com objetivo de monitorar a circulação das novas variantes do coronavírus.

O diagnóstico inicial no Nordeste foi de um indiano de 54 anos que deu entrada em um hospital da rede privada em São Luís há uma semana. Ele era um tripulante do navio MV Shandong, da ZHI.

A Secretaria de Saúde do Maranhão confirmou que outros tripulantes, diagnosticados com covid-19, também têm a variante indiana. Em postagem nas redes sociais, o secretário de Saúde do Estado, Carlos Lula, afirmou que as seis amostras analisadas pelo Instituto Evandro Chagas confirmaram a nova cepa. No entanto, apenas um dos homens, em estado grave, está em São Luís, internado em um hospital privado. Outros dois receberam alta e voltaram ao navio e 14 foram diagnosticados e permaneceram a bordo por estarem com sintomas leves ou estarem assintomáticos.

"Vale lembrar que a equipe que atendeu a tripulação se deslocou por via aérea, foi testada antes e depois da ação e permanece em isolamento", disse ele. "Informo, ainda, que já iniciamos a vacinação dos profissionais da área portuária."

O navio, com bandeira de Hong Kong, saiu da África do Sul no dia 21 de abril e chegou ao Maranhão no dia 8 de maio. Está ancorado na área de fundeio do Porto de São Luiz, foi colocado em quarentena e não recebeu autorização para atracar.

São Paulo

A estratégia de monitoramento e bloqueio prevista pela Prefeitura da capital paulista será nos moldes de outras ações realizadas no início da pandemia, segundo o secretário da Saúde, Edison Aparecido. "Queremos oferecer os profissionais da saúde da cidade para acompanhamento das variantes que estão circulando em uma atuação conjunta com o Ministério da Saúde e com a Anvisa", disse ao Estadão. A secretaria já procurou o governo federal e o ministro da Saúde, "Ele (Marcelo Queiroga) disse que seria muito importante haver uma estratégia comum."

"Já fizemos esse trabalho ano passado, com as pessoas que vinham da Europa", c0ntinuou Aparecido. O principal objetivo dessas ações, segundo o secretário, "é ganhar tempo para prepararmos o sistema de saúde para um eventual enfrentamento de uma nova variante".

Em 14 de maio, o governo federal já havia decidido proibir voos internacionais com origem ou passagem pela Índia. A situação é considerada crítica na região ao menos há três semanas e outros países já haviam adotado restrição semelhante, como os EUA no dia 4.

Pouco se sabe

Especialistas alertam que os governos federal e local devem adotar barreiras sanitárias e ações de testagem. A variante indiana foi classificada pela OMS como "de interesse". Mas é diferente daquelas identificadas inicialmente no Reino Unido, Brasil e na África do Sul, consideradas "variantes de preocupação".

"Nós ainda sabemos muito pouco sobre essa variante", disse a imunologista Ester Sabino, da USP, uma das responsáveis pelo sequenciamento do vírus no Brasil. "Mas vivemos em um mundo globalizado: qualquer nova variante, em qualquer lugar do mundo, pode chegar aqui como chegou a pandemia que começou em Wuhan."

Noticias:https://www.noticiasaominuto.com.br/ultima-hora/1806280/pais-registra-cepa-indiana-sp-planeja-bloqueio

quarta-feira, 6 de janeiro de 2021

No exterior, governos bancam doses; no Brasil, clínicas privadas querem negociar

 No exterior, governos bancam doses; no Brasil, clínicas privadas querem negociar

 O Reino Unido disse ser impossível se vacinar na rede privada ou em farmácias

No exterior, governos bancam doses; no Brasil, clínicas privadas querem negociar

Dos países que já apresentaram planos ou começaram a vacinar contra a covid-19 nas últimas semanas, a aposta inicial tem sido na oferta de doses gratuitas e não na possibilidade de compra na rede privada. No Brasil, o debate ganhou força nos últimos dias após o setor de clínicas particulares anunciar negociações para a aquisição de um imunizante indiano.

O Reino Unido informa ser impossível se vacinar na rede privada ou em farmácias. Por lá, a vacinação será gratuita e fornecida pelo Serviço Nacional de Saúde da Inglaterra (NHS, em inglês), similar ao SUS brasileiro. A União Europeia também informou que a maioria dos 27 países integrantes do bloco têm intenção de oferecer a vacina gratuitamente, sem detalhar eventuais exceções.

Nos Estados Unidos, que não têm um sistema público e universal de saúde, o governo prometeu oferta gratuita de doses a todos. Na Índia - país de 1,3 bilhão de habitantes que prevê ampla vacinação pública - foi levantada a possibilidade de venda na rede privada, mas a oferta só deve ocorrer após o início da campanha.

Na Índia e no Equador, a participação da rede suplementar de saúde tem sido considerada no apoio logístico e de distribuição das vacinas pelo setor público. Na Índia, ao menos três grandes redes hospitalares privadas já se comprometeram a apoiar o plano de imunização do governo no que fosse necessário, segundo a imprensa local.

Em dezembro, o ministro da Saúde do Equador, Juan Carlos Zeballos, confirmou que a imunização no país andino seria focada nos adultos e envolveria parceria entre redes pública e privada, com previsão de se manter entre março e setembro. "Há uma coalizão que busca integrar vários setores (públicos e privados) para que a compra, distribuição e vacinação sejam seguidas de forma ágil e adequada", disse à agência Reuters.

As principais farmacêuticas desenvolvedoras de vacinas, como Pfizer e AstraZeneca, já afirmaram que não pretendem negociar venda com empresas, apenas com governos. Nesta semana, a Associação Brasileira das Clínicas de Vacinas (ABCVAC)informou negociar cinco milhões de doses com a farmacêutica indiana Bharat Biotech, responsável pelo produto Covaxin, que ainda não teve os dados de eficácia divulgados.

"O que precisa ficar claro é que na maioria dos países com sistema de saúde como o nosso, o que não inclui os Estados Unidos, é o Estado quem se responsabiliza pela saúde do seu cidadão. Então quem fala qual será a vacina, o início da campanha e as prioridades é o Estado e não cada um por si", afirma Ana Maria Malik, coordenadora do FGVSaúde.

"A comercialização das vacinas pelo setor privado não está colocada em outros países simplesmente porque o setor público está cumprindo o seu papel", afirma Deisy Ventura, especialista em saúde global da USP.

"Não acho correto do ponto de vista ético disponibilizar algo no mercado privado sem que o público tenha pelo menos começado. Não seria bom ter agora ter em janeiro, fevereiro a vacina indiana no mercado privado sem o PNI (Plano Nacional de Imunização) ter dado os primeiros passos", avalia o advogado Paulo Almeida, diretor executivo do Instituto Questão de Ciência. "Não há certo ou errado, mas caminhos intermediários que podem ser trilhados. Aumentar a capacidade de vacinação sem prejudicar ninguém", acrescenta.

Competição

Outro risco da oferta prematura de vacinas no setor privado é a forma como isso pode aquecer o mercado farmacêutico e prejudicar a comercialização com países a ponto de não haver doses suficientes sequer para as populações prioritárias, dizem especialistas.

"O primeiro aspecto que isso pode gerar é a escassez de doses no momento inicial. A reserva para o sistema privado tem potencial de diminuir essa disponibilidade pela falta do material no sistema público e pela competição que pode despertar no mercado, principalmente porque o sistema privado tem mais poder aquisitivo", diz Fábio Leal, infectologista da Universidade de São Caetano do Sul.

Clínicas devem seguir plano

Diante das negociações realizadas por clínicas particulares para a compra de vacinas contra a covid-19, o Ministério da Saúde disse no início desta semana que a rede privada também deve seguir a ordem de vacinação de grupos prioritários prevista no plano nacional de imunização. Desta forma, mesmo que possa vender o produto, as clínicas deverão oferecer primeiro a idosos e profissionais específicos.

"Os grupos prioritários, propostos pelo Ministério da Saúde em parceria com Conass e Conasems, devem, a princípio, ser obedecidos mesmo que haja integração de clínicas particulares de vacinação ao processo de imunização", disse o ministério em nota.

A Associação Brasileira das Clínicas de Vacinas (ABCVAC) informou no domingo, 3, que o setor negocia a compra de cinco milhões de doses da Covaxin, imunizante contra a covid-19 fabricado pela farmacêutica indiana Bharat Biotech. Os dados de eficácia do imunizante ainda não são conhecidos.



Noticia: noticiasaominuto

 

terça-feira, 5 de janeiro de 2021

Vacina Covid-19: Clínica privada deve seguir plano do SUS de vacinação

 Vacina Covid-19: Clínica privada deve seguir plano do SUS de vacinação

Mesmo que possa vender o produto, as clínicas deverão oferecer primeiro a idosos e profissionais específicos

Vacina Covid-19: Clínica privada deve seguir plano do SUS de vacinação

Após clínicas particulares abrirem negociação com um laboratório indiano de vacinas, o Ministério da Saúde informou que a rede privada também deve seguir a ordem de vacinação de grupos prioritários prevista no plano nacional de imunização. Assim, mesmo que possa vender o produto, as clínicas deverão oferecer primeiro a idosos e profissionais específicos. Em um primeiro momento, a expectativa é de que a rede particular tenha poucas doses, uma vez que os principais laboratórios - como Pfizer, Moderna e AstraZeneca - têm priorizado negociações com governos.

Em nota, o ministério disse que os grupos prioritários propostos pelo governo "devem, a princípio, ser obedecidos mesmo que haja integração de clínicas particulares de vacinação ao processo de imunização". Entre os primeiros da fila estão idosos a partir de 75 anos e profissionais de saúde.

A Associação Brasileira das Clínicas de Vacinas (ABCVAC) - que diz representar 70% do setor - negocia cinco milhões de doses da Covaxin, imunizante fabricado pela farmacêutica indiana Bharat Biotech. A Covaxin obteve no sábado o aval de uso emergencial na Índia, mas os dados de sua eficácia ainda são desconhecidos. A ABCVAC prevê enviar delegação ao país esta semana e espera que as doses cheguem ao Brasil em março - mas este calendário depende de aprovações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Em nota, o ministério também afirma que a vacinação no Brasil começará pelo SUS. No cenário mais otimista, dia 20 de janeiro, vacinando neste 1.º semestre grupos prioritários, que somam 49,6 milhões. Essa etapa deve durar quatro meses. O restante será imunizado nos 12 meses seguintes. A Covaxin pode ser armazenada sob temperatura de 2 a 8 graus, mesmo intervalo da rede de frios do SUS. Na última fase antes da liberação para uso emergencial, foi aplicada em 26 mil voluntários na Índia, afirma a ABCVAC.

A Saúde ainda declara que as clínicas terão de garantir o registro de dados sobre quais doses foram aplicadas. "É preciso observar que o registro da aplicação do imunizante deve ser feito junto à Rede Nacional de Dados de Saúde e à caderneta digital de vacinação. Esta rastreabilidade possibilita identificar quem tomou a vacina e em qual data, além de informar o laboratório e o lote do imunizante, possibilitando a aplicação de uma 2.ª dose no prazo correto."

Uso emergencial

Para ser aplicada, a Covaxin deve ser registrada ou ter aval de uso emergencial no País, permissões que ainda não foram pedidas à Anvisa. A Bharat Biotech diz já ter iniciado procedimentos para "submissão contínua" dos resultados. Assim, a empresa deve apresentar dados das pesquisas em etapas, mesmo antes de finalizar os estudos. E também trazer estudos clínicos ao Brasil para usar a submissão contínua.

O caminho para aprovação exige uma série de análises da Anvisa, que poderá pedir certificações adicionais - com inspeção in loco - em fábricas que forneçam ingredientes das vacinas, além de comprovação de que os dados de eficácia seriam também observados na população brasileira. O prazo da agência é de 60 dias para pedidos de registro e de até 10 dias para avaliar o uso emergencial.

Na opinião de Marcio Sommer Bittencourt, médico do Hospital Universitário da USP, "qualquer vacina disponível tem de ser comprada pelo governo" e "distribuída inicialmente à população de risco".

Já o advogado Paulo Almeida, diretor-executivo do Instituto Questão de Ciência, defende não ficar nos extremos. "Nem achar que toda vacina que chegar deva ser encaminhada para o Programa Nacional de Imunização (PNI) nem achar que o mercado deve correr solto sem qualquer tipo de administração". Mas, diz, o ideal é a distribuição na rede privada não começar antes do SUS.

PERGUNTAS & RESPOSTAS

1. Como a vacina Covaxin é produzida?

A tecnologia por trás da vacina tem como base o coronavírus inativado, incapaz de se reproduzir e, portanto, de causar a doença. O sistema imunológico, ao detectar a presença do vírus, desencadeia a produção de anticorpos e protege o indivíduo contra a doença.

2. A vacina é segura?

Nenhum evento adverso grave relacionado à vacina foi registrado entre os participantes das fases 1 e 2 de estudos clínicos da Covaxin. Os pesquisadores concluem que o perfil de segurança da vacina é "tolerável".

3. A Covaxin é capaz de gerar resposta imune?

A BBV152 (nome técnico da vacina) produziu altos níveis de anticorpos neutralizantes que continuaram elevados nos três meses após a aplicação da segunda dose.

4. Qual é a eficácia da Covaxin?

A farmacêutica ainda não divulgou os dados de eficácia da vacina.

5. Em que fase estão os estudos clínicos?

Cerca de 23 mil voluntários fazem parte da última fase de testes, que determinam a eficácia.


Noticia: noticiasaominuto

 


segunda-feira, 4 de janeiro de 2021

Subnotificação de morte cerebral trava fila de transplantes de órgãos

 Subnotificação de morte cerebral trava fila de transplantes de órgãos

No Brasil, alguns estados, como Paraná e Santa Catarina, além do Distrito Federal, detêm os maiores índices de notificação de morte encefálica PMP

Subnotificação de morte cerebral trava fila de transplantes de órgãos

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O Brasil possui atualmente mais de 41 mil pessoas em fila de espera para transplante de órgãos, e esse número não será reduzido se outro dado epidemiológico não melhorar: a subnotificação de morte encefálica.

 São considerados para doação de órgãos pacientes com diagnóstico de morte encefálica -quando o cérebro para de funcionar de maneira irreversível, e não há mais chance de vida. Outros critérios, como compatibilidade entre receptor e doador e demais condições médicas, também são avaliados para viabilizar a doação.

O diagnóstico de morte encefálica é obrigatório, e os hospitais devem notificar as Centrais Estaduais de Transplantes quando há um paciente nessas condições. No entanto, há um consenso de que nem todos os casos de morte cerebral são notificados.

Segundo dados da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), o número absoluto de notificações de potenciais doadores em 2019 (último ano com dado disponível) era de 11.400, dos quais apenas 3.768 tornaram-se efetivos. A taxa de notificação por milhão de população (PMP) era de 54,7, caindo para 18,1 quando considerados só os doadores efetivos.

A Espanha, com 46,9 doadores PMP, é o país com a maior taxa de doadores. O sistema espanhol é reconhecido no mundo todo como exemplo de sucesso.

No Brasil, a taxa de notificação PMP varia bastante entre os estados, com alguns com taxas maiores do que 100, como é o caso do Distrito Federal (106,6) e do Paraná (102,7), e outros abaixo de 40, como Minas Gerais (38) e Bahia (38,8).

As principais causas de morte encefálica são traumatismo craniano -causado por acidentes, atropelamento ou ferimentos com armas- e AVCs (acidentes vasculares cerebrais). Outras causas, como tumores cerebrais e afogamento, são menos frequentes.

Para José Eduardo Afonso Júnior, coordenador do programa de transplantes do Hospital Israelita Albert Einstein, não há razões para achar que no Paraná morrem mais pessoas por trauma craniano ou por AVCs do que na Bahia ou em Minas, estados muito populosos, o que indica subnotificação nesses estados.

Em São Paulo, estado mais populoso do país e com maior número absoluto de notificações -foram 3.060 em 2019-, apenas um terço dos pacientes com morte cerebral vira doador efetivo. Dessa forma, um aumento no número de notificações levaria a um aumento no número efetivo de doadores.

Para isso, duas coisas são necessárias: a comunicação e o diagnóstico adequado de morte encefálica.

No primeiro caso, uma relação de confiança com a equipe médica que atende a vítima e a comunicação constante com os familiares fortalecem essa condição e podem levar, de fato, à doação dos órgãos.

"Qualquer falha na comunicação ou no atendimento daquele familiar que chegou ao hospital vai colocar em risco o processo de doação. Por isso é tão importante o diagnóstico absolutamente rigoroso de morte encefálica -não há possibilidade de erro."

O segundo ponto era, até 2017, dificultado pela legislação vigente que determinava que o diagnóstico de morte encefálica só podia ser feito por um neurocirurgião ou neurologista. Naquele ano, o Conselho Federal de Medicina (CFM) alterou essa cláusula para incluir também médicos intensivistas e de emergência como habilitados para fazer o diagnóstico.

Ao mesmo tempo em que alterou a legislação, o CFM passou a oferecer também cursos de capacitação para os médicos, voltados a profissionais de qualquer área de especialidade.

 "Isso ampliou muito a possibilidade de diagnóstico. No Brasil, existem estados, como o Acre, que só tinham um neurologista no estado inteiro. Imagina depender desse único médico para diagnóstico. Agora, há a possibilidade de contar com outros profissionais", explica Gisele Sampaio Silva, neurologista e secretária-geral da Academia Brasileira de Neurologia.

Para completar o diagnóstico, são exigidos dois exames clínicos, feitos por médicos distintos e realizados com um intervalo de uma hora. Caso em qualquer um desses exames o paciente apresente algum sinal de atividade cerebral, o diagnóstico de morte encefálica não pode ser determinado.

Um terceiro exame, chamado de complementar, é feito com o auxílio de equipamentos, como eletroencefalograma ou doppler transcraniano.

A notificação de morte encefálica, no entanto, não encerra por si só a questão da doação de órgãos. Após o diagnóstico, são acionadas as chamadas Cihdotts (comissões intra-hospitalares de doação de órgãos e tecidos para transplantes) ou as Organizações de Procura de Órgãos (OPOs), ligadas às secretarias estaduais de Saúde.

Essas organizações, além de notificar as centrais estaduais de transplantes sobre o potencial doador, são responsáveis pela entrevista familiar e dão apoio durante todo o processo de doação. Para não haver conflito de interesse, é essencial que haja uma separação clara entre o corpo médico que realiza o diagnóstico e as equipes que atuam nas Cihdotts ou nas OPOs.

Aqui de novo o exemplo espanhol, que implementou uma estrutura forte de rede hospitalar e a comunicação com a sociedade para aumentar as taxas de doação de órgãos no país.

Em 2019, 88% dos pacientes com diagnóstico de morte encefálica viraram doadores efetivos, segundo dados da Organização Nacional de Transplantes espanhola.

No Brasil, alguns estados, como Paraná e Santa Catarina, além do Distrito Federal, que detêm os maiores índices de notificação de morte encefálica PMP, capacitaram e melhoraram seus sistemas de doação e transplante de órgãos, contando com uma estrutura hospitalar ou estadual rápida, eficaz e de atuação todos os dias, 24 horas por dia.

No DF, as equipes das OPOs estaduais já monitoravam as notificações de morte encefálica. Quando algum paciente com potencial de morte cerebral é detectado, a OPO já é acionada e começa o preparo familiar, independente de ser doador ou não, explica Camila Hirata, enfermeira e diretora da Central de Transplantes do DF.

Para ela, a principal dificuldade nos estados ainda é a capacitação dos profissionais, mas há ainda a questão de a morte ser um tabu na sociedade. "Temos esse cuidado de tratar de um assunto delicado em um momento tão difícil para a tomada de decisões. O diálogo é estabelecido com transparência [com a família], tentamos explicar que, infelizmente, não havia mais nada a ser feito para salvar aquela vida. Se desde o momento de entrada do paciente no hospital a família é acolhida, sabe tudo o que foi feito para tentar salvar a vida daquele ente querido, essa pessoa pode se dispor a doar os órgãos do seu familiar", completa.

Em nota, o Ministério da Saúde afirmou que as notificações de morte cerebral chegam à Central Nacional de Transplantes pelos estabelecimentos de saúde por meio de protocolo definido e que as equipes das OPOs ou das Cihdotts são capacitadas por meio de cursos, oficinas com aulas práticas e teóricas e ensino a distância organizados pelos hospitais, pelas centrais estaduais e pela própria pasta, por meio de parcerias para manter os profissionais atualizados.

"Em esforço conjunto, o Sistema Nacional de Transplantes e as Centrais Estaduais de Transplantes promovem periodicamente cursos de capacitação, inclusive para determinação da morte encefálica, principalmente para os estados com números mais baixos de diagnóstico de morte encefálica."


Noticia: noticiasaominuto

 

terça-feira, 29 de dezembro de 2020

Aposta do Brasil, vacina de Oxford ainda não tem aval da UE

 Aposta do Brasil, vacina de Oxford ainda não tem aval da UE

Vice-diretor da agência de medicamentos do bloco diz que faltam dados e pedido de registro. No Brasil, Fiocruz aguardará aval da Anvisa para produzir o imunizante.

Logo da AstraZenica
Imunizante produzido por AstraZeneca e Oxford é a maior aposta do governo brasileiro contra a covid-19

A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) provavelmente não será capaz de conceder em janeiro o registro para a vacina contra a covid-19 desenvolvida pela farmacêutica AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford, afirmou o vice-diretor executivo do órgão, Noel Wathion.

"Eles ainda nem fizeram o pedido para nós", disse Wathion em entrevista ao jornal belga Nieuwsblad publicada nesta terça-feira (29/12).

Segundo ele, a agência responsável por aprovar medicamentos e vacinas do bloco europeu recebeu apenas algumas informações sobre a vacina.

"Não é o suficiente nem para garantir uma licença provisória", afirmou. "Precisamos de dados adicionais sobre a qualidade da vacina. E, depois disso, a empresa precisa solicitar o registro formalmente".

Isso, de acordo com Wathion, faz com que uma aprovação em janeiro seja "improvável".

Imunizante no Brasil

A vacina de Oxford/AstraZeneca é a principal aposta do governo brasileiro para imunizar a população do país, que já pagou para receber no primeiro semestre de 2021 o princípio ativo para 100 milhões de doses e transferir a tecnologia de produção para a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

previsão atual da Fiocruz é entregar ao Sistema Único de Saúde (SUS) o primeiro lote da vacina, com 1 milhão de doses, na semana de 8 de fevereiro. A partir da última semana de fevereiro, a entidade projeta entregar 3,5 milhões de doses semanais.

A disponibilização da vacina no Brasil depende ainda de aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A Fiocruz já submeteu a maior parte dos dados à agência e espera concluir o envio no início do próximo ano, com a expectativa de receber o aval do órgão no final de janeiro.

A lei 13.979, que regula o enfrentamento à pandemia no Brasil e entrou em vigor em fevereiro, estabelece que, caso a Anvisa não autorize o uso emergencial de uma vacina em 72 horas após o pedido, os gestores de saúde podem importar e usar imunizantes que já tenham sido aprovados pelas autoridades sanitárias da União Europeia, dos Estados Unidos, da China e do Japão.

Em 19 de dezembro, a Câmara aprovou mudanças na lei para autorizar também o aproveitamento de decisões tomadas por agências de outros cinco países: Canadá, Reino Unido, Coreia do Sul, Rússia e Argentina. O texto ainda precisa ser analisado pelo Senado.

Na semana passada, a AstraZenca afirmou que sua vacina deve ser efetiva também contra a nova cepa do coronavírus e que estava pesquisando o impacto da mutação.

A empresa já enviou um pacote de dados completo para pedir o registro da vacina à agência de medicamentos britânica, segundo o ministro de Saúde do Reino Unido, Matt Hancock.

 

Noticia: dw.com

terça-feira, 22 de dezembro de 2020

Anvisa certifica fábrica da Coronavac na China

Anvisa certifica fábrica da  Coronavac na China 

Técnicos da Anvisa e observadores do Instituto Butantan visitaram instalações do laboratório chinês Sinovac. Certificado de boas práticas de fabricação é pré-requisito para pedidos de aprovação de imunizantes no Brasil. 


Funcionário do laboratório chinês Sinovac analisando doses numa fábrica em Pequim


A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) concedeu nesta segunda-feira (21/12) a certificação de Boas Práticas de Fabricação para o laboratório chinês Sinovac. Com isso, a Coronavac é a primeira vacina a receber o aval positivo de fabricação pela Anvisa. 


O certificado é resultado de uma visita feita por técnicos da Anvisa e observadores do Instituto Butantan às instalações da Sinovac na China. O grupo inspecionou a produção entre 30 de novembro e 4 de dezembro e se reuniu com executivos da empresa chinesa. 


A equipe de inspeção também visitou laboratórios da AstraZeneca, que trabalha numa vacina contra a covid-19 em parceria com a Universidade de Oxford. Um relatório sobre a visita ainda não foi divulgado. As farmacêuticas americanas Moderna e Pfizer também entregaram um pedido para receberem as certificações de boas práticas da Anvisa. 


O certificado concedido à Sinovac é válido por dois anos e é um pré-requisito protocolar para pedidos de autorização de uso emergencial e de registros definitivos para vacinas no Brasil. Com o certificado em mãos, a Sinovac e o Instituto Butantan podem entrar com o pedido de uso emergencial para a Coronavac – não houve ainda pedidos de uso emergencial de nenhum fabricante no Brasil.          


A certificação da Sinovac ocorreu no mesmo dia em que o Instituto Butantan anunciou a conclusão da terceira e última fase de testes clínicos da Coronavac. O instituto comunicou que enviaria os resultados para a Anvisa e afirmou que, "em breve, a primeira vacina brasileira contra a covid-19 estará pronta para salvar vidas". Os resultados devem ser divulgados na quarta-feira. 


O estudo clínico foi realizado com mais de 13 mil voluntários. Segundo o governo estadual de São Paulo, a terceira fase de testes da Coronavac no Brasil registrou pelo menos 170 voluntários contaminados e superou o valor mínimo de infecções para validar o ensaio clínico. 


O estudo conclusivo vai medir a taxa de eficácia da vacina ao comparar os casos de infecção com participantes que tomaram o imunizante e que receberam placebo. A taxa mínima de eficácia aceitada pela Anvisa é de 50%. 


São Paulo espera ter 10 milhões de doses antes de 2021 


Também nesta segunda-feira, o governo de São Paulo anunciou a compra de mais de 100 milhões de seringas e agulhas destinadas à vacinação com a Coronavac. 


O governador João Doria (PSDB) também manteve a previsão de iniciar a vacinação em 25 de janeiro, data em que se comemora a fundação da cidade de São Paulo. Atualmente, o estado possui 11 milhões de seringas e agulhas reservadas para a vacinação contra a covid-19. 


Na quinta-feira, o governo paulista receberá novos lotes de insumos para a produção de 5,5 milhões de doses da Coronavac, num voo vindo de Pequim. Atualmente, 3,1 milhões de doses estão armazenadas no Instituto Butantan. 


O governo de São Paulo espera receber outros dois carregamentos somando 2 milhões de doses até o final do ano – a expectativa é entrar em 2021 com cerca de 10 milhões de doses disponíveis.

 

Na semana passada, o governo federal incluiu a Coronavac no plano nacional de imunização. No entanto, o governo do estado de São Paulo ainda aguarda que a intenção de compra de doses seja formalizada pelo Ministério da Saúde. 




Noticia: dw.com